Se dissesse que minha fé nunca oscila, seria um mentiroso.
Na verdade ela oscila muitas vezes... será que minhas orações de fato são ouvidas? Será que minhas angústias serão acalantadas? Será que vai acontecer alguma coisa?
Sabe, amigo leitor... vivemos tantas decepções em nossas vidas. Com a família, com os amigos, com os irmãos. Temos tantas expectativas frustradas sobre tantas coisas e às vezes dói tanto, não é mesmo?
Mas, quando se fala em Deus, o problema está justamente nas expectativas. Deus tem uma Palavra para o ser humano. Não são duas, mas uma Palavra. E esta está nas páginas da Bíblia Sagrada. Acontece que a conversa de Deus é um pouco comprida e Ele levou quase dezesseis séculos para terminar de falar.
Quando criamos expectativas por aquele determinado emprego, ou por aquela conquista, ou por aquela “bênção”, precisamos levar em conta o que Deus acha e, nem sempre fazer isso está de acordo com as nossas expectativas.
A vontade de Deus deve ser levada em conta, pois “Mt 6.10: Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”.
O que o homem pede em oração pode não estar dentro dos propósitos de Deus. O ser humano tem uma visão de mundo limitada que alcança o que está patente ao tempo e espaço
Deus, porém sabe todas as coisas, em todos os lugares e em todas as épocas. Assim, embora a oração deva ser fervorosa crendo na resposta de Deus, também deve terminar com a frase de Jesus no Getsêmani: “Lc 22.42: Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”.
Entregando à vontade do Senhor e consciente de que essa vontade é o melhor, ainda que momentaneamente não pareça, “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Isso tudo me dá grande conforto, apesar da minha falta de fé. Mas quando ela falta, me lembro de um homem que procura Jesus cheio de expectativas, mas com a fé abalada.
Ele pede a cura de seu filho e, quando o Senhor pergunta se ele tem fé que a cura vai acontecer, ele confessa: “ajuda-me na minha incredulidade Mc 9.24.
Senhor, se me faltar a fé, que abunde a tua misericórdia.