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O Amor do Pai
O Amor do Pai

O amor do Pai

 

Estive pensando sobre tantos sofrimentos que passamos no nosso dia a dia e me perguntando se Deus não está vendo tudo isso. Tantas famílias destruídas, crianças mortas, tanta maldade pelo mundo!

Então, recorri à Bíblia Sagrada para ver o que Deus tem a nos dizer. E sabe o que eu descobri? Que Deus está muito mais indignado do que eu. Está triste, chateado com tudo o que está acontecendo no mundo.

Sabe, meu amigo leitor, Deus não criou o homem para o sofrimento. Ao decidir criar o ser humano, Deus afirma: “façamos o homem conforme nossa imagem e semelhança para que ele domine sobre esta terra”. O homem foi criado para reinar, para ser feliz, para aproveitar a vida no paraíso que Deus criou e para ter um relacionamento de amigo com Deus. Infelizmente, nossas escolhas nos afastam de Deus e vivemos uma vida completamente alheia a Ele e é aí que está o motivo de tanto sofrimento.

 

Quando esteve nesta terra, Jesus ensinou que Deus não é um rei distante sentado em seu trono e emitindo ordens. Ele ensinou que Deus é Pai e muito mais do que isso: um Pai que ama seus filhos incondicionalmente e que está no trono ardendo em paixão para receber esses filhos nos braços e cuidar deles como um pai amoroso.

 

Alguém havia questionado Jesus por andar com pessoas pecadoras, pobres, doentes. Pensavam que por ser um grande mestre, deveria estar entre a aristocracia, a alta sociedade. Jesus percebe que estas pessoas não sabem nada sobre  Deus, então ele propõe uma parábola:

 

Jesus continuou: "Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles.
"Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente.
Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade.
Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos.
Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.
"Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!
Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti.
Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’.
A seguir, levantou-se e foi para seu pai. "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou.
"O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’.
"Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés.
Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar.
Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar.

 

Lucas 15.11-23

 

Este texto revela muito sobre o caráter de Deus face às nossas incoerências e irresponsabilidades.

 

Os versículos 11 e 12 mostram um filho que não queria mais estar na dependência do pai; talvez estivesse cansado dos cuidados do pai, de suas cobranças, de sua disciplina. Às vezes, queremos uma liberdade enganosa. Pensamos que por não estarmos na igreja, por não termos obrigações religiosas, somos livres, mas é uma liberdade enganosa. Parece liberdade, mas é desamparo. Então, o filho pede a sua parte na herança. Herança é um direito que pressupõe a morte do pai. Foi o mesmo que dizer: não quero mais esperar sua morte. Está demorando muito. Quero meu dinheiro agora.

Apesar da dor que estas palavras causaram, o pai não pôs empecilhos, mas dividiu a fazenda e deu a parte do filho. Jesus queria mostrar com isso que Deus é um pai tão amoroso, tão bondoso que, mesmo tendo todo o poder e a autoridade para fazer o que bem entende, nunca usaria destes para nos obrigar a ficar em sua casa. Mesmo com o coração partido, sangrando, ele respeita a nossa vontade. Quando nos afastamos dele, ele chora, mas dá a nossa parte e nos despede em paz.

 

Do versículo 13 até o 16 está a explicação da realidade que nossa sociedade está vivendo. Longe do pai, o filho desperdiçou tudo o que tinha, de modo que a vida perdeu o sentido. Aquele que era um rico fazendeiro, agora passa fome e é obrigado a fazer um “bico” em uma criação de porcos da região.

Nossa vida longe de Deus é assim. Parece deslumbrante e encantadora. Parece que teremos liberdade verdadeira e que poderemos aproveitar nossa juventude, nossa saúde e nossa força como bem entendermos, mas é tudo ilusão. O homem foi criado para estar perto de Deus e quando isso não acontece, o resultado é desastroso: solidão, depressão, vícios, bebida, traições, destruição na família, crimes, entre muitas outras coisas que acredite, Deus não quer para você.

 

Nesse momento, o filho lembra algo a respeito do Pai; algo que, talvez, nunca tivesse percebido enquanto comia do bom e do melhor na casa paterna: meu pai é um homem amoroso. Até os diaristas da casa dele comem e tem de sobra. Como posso estar aqui, passando necessidades se sou filho de rico?

O pródigo cria uma estratégia e ensaia um discurso para convencer o pai a recebê-lo e, assim, segue seu caminho de volta à casa paterna. Mas tem mais uma coisa que aquele garoto não sabia: todas as tardes o pai caminhava até a beira da estrada que levava até a fazenda e ficava algum tempo olhando no horizonte, esperando o regresso de seu filho. Mesmo quando nós não acreditamos mais em nós mesmos, o Pai acredita e espera ansioso o nosso retorno. Ao ver a silhueta de seu filho ao longe, aquele homem não pensou em mais nada. Correu ao encontro do amado filho, o abraçou. Mesmo sujo, magro, cheirando a esterco de porcos, ele o beijou.

Esse é Deus, o bondoso Pai. Quando somos desprezados, esquecido, passamos fome, não representamos mais nada para o mundo, Ele nos espera de braços abertos. Sujos, mal cheirosos, magros, mas amados por Deus.

O rapaz nem pôde repetir seu discurso ensaiado. Foi recebido com tanta alegria que não teve tempo de terminar sua frase. Deus também não espera por nossos discursos ensaiados. Ele nos ama e nos recebe como estamos.

O pai pede que os servos tragam uma nova veste que é para apagar a lembrança da velha vida. Ele livra da vergonha, da sujeira, dos trapos de seu filho e o coloca de volta na posição para a qual fora criado. O anel é símbolo de autoridade sobre os negócios da família. O calçado serve para diferenciá-lo dos escravos que andavam descalços. O pródigo queria ser como um dos diaristas, mas o pai o restituiu a posição da qual nunca deveria ter saído: filho do dono da casa.

Deus também quer restaurar a posição para a qual ele te criou: filho. Tem lugar nesta casa paterna para você. Tem roupas espirituais, tem anel para dar autoridade divina sobre a tua vida, tem calçados para mostrar que você não é escravo nem funcionário. Você é filho e o Pai quer restituir a tua posição.

 

A palavra de Deus diz que o mundo jaz no maligno. O sofrimento, a dor, a depressão, as tristezas são fruto do que o mal tem trazido a esta terra. Mas ainda há esperança para o povo de Deus, para aqueles que habitam na casa do pai, no esconderijo do altíssimo e se escondem na sombra do Todo poderoso.