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A PRÁTICA DO PERDÃO
A PRÁTICA DO PERDÃO

Perdão

          Em um colégio Cristão, um professor de teologia prática dava uma aula sobre perdão. Percebendo que era difícil tratar este assunto apenas na teoria, teve uma ideia: pediu que seus alunos trouxessem para a aula batatas em um saco plástico. Então, instruiu:
- Escrevam nas batatas os nome das pessoas de quem vocês têm algum tipo de mágoa, uma batata por nome. Depois, coloquem nos sacos plásticos e guardem nas mochilas. Vocês deverão levar essas batatas consigo por onde forem até terem permissão para se livrar delas.

          Então, aquelas batatas foram se deteriorando. Além do peso, tinham que suportar um terrível mau-cheiro. Assim, reuniram-se e pediram ao mestre

- Professor, podemos jogar esse lixo fora?

          Ao que ele respondeu:

- Claro que sim. Devem jogar essas batatas podres fora, desde que,  junto com elas, vocês também jogarem fora toda a mágoa e os ressentimentos que elas representam. Caso contrário, o peso e o mau cheiro não sairão de seus corações.

 

LEITURA: Carta a Filemon 1-25:

Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador,
E à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa:
Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações;
Ouvindo do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com todos os santos;
Para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus.
Porque temos grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, as entranhas dos santos foram recreadas.
Por isso, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém,
Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;
O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas.
Eu bem o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho;
Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário.
Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre,
Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor?
Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.
Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.
Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; recreia as minhas entranhas no Senhor.
Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo.
E juntamente prepara-me também pousada, porque espero que pelas vossas orações vos hei de ser concedido.
Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus,
Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém.

 

PROPOSIÇÃO:

          O perdão é uma prática essencial do cristianismo que tem o poder de libertar as partes envolvidas: Liberta quem ofendeu de seu erro e liberta a parte ofendida da mágoa, do rancor, da raiz de amargura, que consomem o ser humano e minam sua comunhão com Deus, sua alegria de viver, sua saúde, sua vida.

 

CONTEXTUALIZAÇÃO:

          Filemon era um rico da cidade de Colosso que conhecera o evangelho através de Paulo. Onésimo era seu escravo que fugiu, furtando-lhe algum bem.

          Depois da fuga, Onésimo conheceu Paulo, aceitou a fé e passou a servir o apóstolo na prisão.

          Nesta carta, Paulo intercede por Onésimo, pedindo o perdão e a restituição de sua posição na casa de Filemon.

 

INTRODUÇÃO:

          Perdoar é algo que desafia nosso orgulho, nossa natureza decaída, pois não há justiça no perdão. Aliás, não há coisa mais injusta do que o perdão, pois perdoar é não imputar a culpa e o castigo que a pessoa os merece. Na verdade, só perdoamos pessoas que não merecem, afinal, se elas merecessem, não seria perdão, seria crédito.

          Um exemplo disso, e o maior deles, é o Senhor Jesus, que nos perdoou sem um mínimo de mérito de nossa parte.

          Nessa carta, Paulo faz um apelo ao perdão genuíno, dando algumas importantes características desse perdão:

 

A BASE DO PERDÃO É O AMOR DE DEUS EM NÓS

Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações;
Ouvindo do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com todos os santos;
Para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus.
Porque temos grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, as entranhas dos santos foram recreadas.

Filemon 4-7

          Paulo apela ao amor de Filemon. Este, não provinha de sua natureza humana (v.6), mas de sua fé. Esse amor é inerente aos cristão e é ele que nos mantém unidos como igreja. Não é algo natural, mas vem do coração de Deus

 

Paulo ora para que esse amor seja eficaz

Para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus.

Filemon 6

          O amor cristão não pode ser apenas teoria, frases bonitas. Amar envolve atitudes que por vezes contrariam nossa natureza, pois nossa vontade humana é vingar, é fazer justiça; mas Cristo deixou exemplo para que sigamos a suas pisaduras, marcadas pela renúncia, pela auto negação, pelo sangue de uma nova a aliança e pelo amor do Deus Pai que enviou seu unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

 

Paulo ensina que o perdão é baseado no amor

          Assim, quem não ama não pode perdoar. Logo, quem não perdoa não ama e se não amamos, não temos a principal marca de Cristo, pois quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor.

 

O PERDÃO É UM MANDAMENTO DE CRISTO, MAS DEVE PARTIR DO CORAÇÃO

Por isso, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém,
Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;

Filemon 8-10

          Paulo poderia dizer: é tua obrigação recebê-lo. Afinal, Filemon tinha uma igreja em sua casa, era um obreiro. Mas Paulo não age assim.

          FIlemon também era um homem rico, poderia desprezar um escravo. Sabe, amigo leitor, eu gostaria de dizer que não existe acepção de pessoas na igreja. Que as roupas, o carro, o dinheiro que têm não importam, mas essa não é a verdade. Há pessoas que amam por interesse, amam em troca.

             O verdadeiro amor cristão não é assim. O amor, o perdão não são dons celestiais a serem buscados em campanhas. Não adianta ficar orando pra Deus tirar a mágoa, o rancor. O verdadeiro amor é mandamento de Deus e o perdão é fruto desse amor. Tem que amar. Tem que perdoar. Mas, ainda assim, Paulo diz que deve partir de mim:

Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.

Filemon 9

          Perdoar é uma escolha uma dolorosa e contraditória escolha. Cristo escolheu perdoar, escolheu dar outra chance a pessoas que não mereciam e quando fez isso, abriu mão da nossa culpa, dos nossos erros, da justiça que nos cabia.

          Assim, perdoar é abrir mão do orgulho, da justiça própria, da vingança, de si mesmo, como Cristo da glória celestial. Sendo Deus, foi humilhado como homem, sofreu, chorou, temeu e morreu para nos alcançar este tão precioso perdão.

 

Perdoar envolve sacrifício

          O nosso sacrifício é abrir mão de nós mesmos, de nossa medíocre justiça humana. É escolher. É dizer de quem nos feriu: “Merecia vingança, o troco, o desprezo, mas eu escolho dar o perdão, assim como eu não merecia, mas também recebi do meu Senhor.

 

PERDÃO É RECEBER DE VOLTA, É RESTITUIÇÃO

E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas.

Filemon 12

          Nós costumamos oferecer um perdão medíocre: “Eu perdoo, mas é você lá e eu aqui”. Isso não é perdoar de fato. Perdoar é receber de volta. É dizer: não me deve mais nada, não haverá mais mágoa. Agora será daqui para a frente.

 

O erro, a mágoa geram separação, é claro

Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo

Filemon 15

          Mas se houver perdão, a comunhão é restaurada, sem desconfiança, sem mágoa. Não acredita? Também acho difícil, mas em Deus, isso é possível. Nele, que é a fonte de todo o bem, de todo o amor e de todo o perdão, o nosso exemplo maior, nosso padrão perfeito de vida, a relação, a amizade, o amor podem ser ainda melhores do que antes. E em Deus eu acredito sem reservas.

Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre,
Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor?

Filemon 15-16

 

O perdão mexe com as emoções

          Nos leva a renunciar tanto de nós mesmos que quando fazemos, tornamos mais parecidos com Jesus e podemos, sem ressentimento, nos aproximar uns dos outros e desfrutar a plenitude do amor de Deus. Quer mais do que isso?

 

PERDÃO É DEIXAR ERROS PASSADOS

Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.
Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.

Filemon 17-19

 

          Perdoar é esquecer? Não no sentido racional. Não se pode apagar as memórias. Mas perdoar é esquecer no sentido emocional. Tome Deus como exemplo. Quando você fala pra Deus:

- É a segunda vez que cometo esse erro!

          Ele responde:

- Não me lembro da primeira.

          Deus, por acaso, se esquece? É claro que não. Deus escolhe tirar das lembranças.

Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. Hebreus 8.12

 

          Meus irmãos, perdoar é não dar lugar a pensamentos de mágoa. É abandonar, é deixar no passado. Não escolho os pensamentos que vêm à minha mente, mas escolho aqueles que alimento. Não devo alimentar o que me faz mal.

 

Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;

E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência
2 Coríntios 10.5,6

 

          Carregar mágoas é como carregar batatas podres. É só peso e mau cheiro. É atraso de vida.

 

A PRÁTICA DO PERDÃO DÁ ÂNIMO AOS CORAÇÕES

Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; recreia as minhas entranhas no Senhor.

Filemon 20

          Perdoar é um desafio doloroso que exige muito de nós, mas seu resultado não é terreno, é celestial. Os efeitos espirituais são irrefutáveis, pois perdoar é fazer a vontade de Deus e, ao agir assim, desfrutamos de sua bênção: corações são reanimados pelo amor de Cristo.

          E como é bom, como é importante um abraço sincero da pessoa que te perdoou ou da pessoa que você perdoou. Isso é coisa de cristão. É coisa de Deus.

          Amado leitor, o perdão deve ser liberado em suas emoções. Isso te torna mais parecido com Cristo e faz de você uma pessoa melhor.

 

LIÇÕES IMPORTANTES

          Quando estamos na posição de Onésimo e quebramos um relacionamento por erro nosso, devemos nos arrepender, buscar o acerto, buscar o perdão. Deus abençoará.

          Quando estamos na posição de Filemom, ofendidos, prejudicados, machucados por alguém que era próximo, devemos nos permitir perdoar, deixar o amor de Deus fruir em nós.

          Quando estamos na posição de Paulo, e vemos nossos irmãos com os relacionamentos rompidos, devemos ter empatia, amor cristão, fazer o papel de mediadores e promover a reconciliação.